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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

A MORTE DA NATUREZA (I lugar em concurso pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel (RJ))

 


 

Autor: Gerardo Carvalho Frota (Pardal)

 

Meu caro leitor amigo

Eu agora vou falar

Duma triste realidade

Que está a me preocupar

Pois em nome do “progresso”

Que na verdade é um regresso

Tão botando é pra matar.

 

Não sei se vai concordar

O colega ao me ler

Mas é mesmo um tanto triste

Quando a gente chegar a ver

A fumaça se alastrando

E o veneno se espalhando

Fazendo o povo morrer...

 

Antes mesmo de nascer

Morre um montão de crianças

Em Cubatão por exemplo

Poucas são as esperanças

De se ter vida melhor

Sem que aconteça o pior

Continuando as matanças!

 

Tudo isso são ganâncias

Dos que pensam ser os donos

Para ganharem dinheiro

Deixam o povo em abandonos

Enquanto há cancerosos

Estão aí os poderosos

Bem sentados nos seus tronos.

 

Enquanto matam novilhas

Outros nem comem feijão

E isto não acontece

Apenas em Cubatão.

Também em outros lugares

Vive gente aos milhares

Nesta triste escravidão...

 

Não vêem que há tanto chão

Neste imenso território

Eu não sei para que serve

Tanto estudo e palavrório.

Acho que querem fazer

Pra todo mundo sofrer

Deste mundo um purgatório!

 

Todo mundo tá sabendo

Que existe poluição

Do lado oposto de fábricas

Mesmo assim há construção

Pois a CAIXA  e a COHAB

Disto finge que não sabe

Vende casa pro povão!


Estudam laboratório

E sabem que só faz mal

O povo morar bem perto

De uma área industrial.

Parece ser este o jeito

Que o governo acha perfeito

Pra matar o pessoal...

 

Nas fábricas perdem o sono

Aquele pai de família

Pra enricar o empresário

Que a vida é maravilha

Parece que tudo indica

Que quanto mais ele enrica

Mais aumenta esta armadilha.

 

Essa “gente grande” tapa

Ouvidos pra não ouvir

Os apelos deste povo

Que está a se consumir

Quando grita por ar puro

Do jeito que está tá duro

Não dá mais pra resistir...

 

(...)


Precisamos sem demora

Resolver a situação

Deste povo tão sofrido

Que a começar do pulmão

Está aos poucos morrendo

E há tempo que vem querendo

Para a vida proteção.

 

O problemas principal

São os males que tão causando

À nossa Mãe Natureza

Que aos poucos vai se acabando

Se você quer saber mais

Tá no rádio e nos jornais

Veja a imprensa falando.

 

Além de a gente sofrer

A mai triste conseqüência

Da grande poluição

Que é forte não há quem vença.

Na terra em cima no ar

E até no fundo do mar

Se vê tudo o que é doença.

 

Isto é violação

Do direito de viver

Pois o pouco que se exige

É não se ter que morrer

Tuberculoso ou drogado

Neste mundo condenado

Sem poder sobreviver...


Há movimentos tentando

Por viverem tal tristeza

Percorrer todo o país

Fazendo justa defesa:

Lamentam e denunciam

Os fatos que propiciam

A MORTE DA NATUREZA!

 

De que adianta apontar

Como sendo responsável

Esta ou aquela Indústria

Quando o que é mais provável

É que o Sistema Político

Tornando o quadro mais crítico

Faz o combate inviável.

 

E ainda o desmatamento

Que se vê a toda hora

Da Amazônia à Mata Atlântica

A cada dia piora.

E assim o Meio Ambiente

Vai morrendo e lentamente

Nossa vida vai embora.

 

Por que que não se dispensa

Mais cuidado com a floresta?

Acabam toda a Amazônia

Essa “gente” desonesta

Um recurso natural

De valor internacional

Que a força bruta molesta.


Veja como não presta

As multinacionais

Que visando só lucro

E a tecnologia capaz

De acabar com a nossa mata

Levando a riqueza nata

Que nos serve até demais.

 

(...)

 

A mata é fundamental

Pra purificar o ar

Cada árvore que cai

Só vai mesmo é piorar

O nosso clima inclisive

Cada dia que se vive

Tende mais a esquentar.

 

Não dá mais pra aguentar

A coisa já tá demais

No Pará e Mato Grosso

Cada dia se afeta mais

Das matas quatro por cento

Num vasto desmatamento

Destruíram em Goiás.


Também em Minas Gerais

Tem ritmo acelerado

O desmatamento ali

Passou até do esperado.

Foi feito um levantamento

Só se salva dez por cento

Da área total do Estado.

 

O lucro desenfreado

Acaba a nossa riqueza

Sem contar os prejuízos

Que sofre a Mãe Natureza.

E a vida assim se acabando

Sobre a terra vai ficando

Uma cena de tristeza...

 

E pra acabar com a beleza

Inventam outras ciladas:

Incêndios que acontecem

Provocados por queimadas

Em que partes da floresta

Viram cinzas nada presta

Todas são danificadas.

 

Mil e oitocentos quilômetros

Reduzidos a trezentos

É lá no Espírito Santo

Com os tais desmatamentos.

Já tá virando deserto

E a natureza por certo

Deu lugar a apartamentos.


Ninguém vê o atrevimento

Desse homem do dinheiro

Que toma conta de tudo

Que parece um carniceiro.

Isto é desde que levaram

E pela força tomaram

O Pau-Brasil derradeiro...

 

Tiram da  fauna a beleza

E a flora não escapa

Acho que vai ser preciso

Fazer-se um novo mapa

Do nosso imenso Brasil

Que até o ano dois mil


O F.M.I. vem e rapa...

 

A superação da crise

Requer do homem mudanças

Fundamental de atitudes

Pra não haver mais matanças.

Só assim a Natureza

Recobra a sua beleza

E renova as esperanças...

 

Este meu trabalho teve

Por real finalidade

Fazer uma breve análise

Desta dura realidade

Na qual a ECOLOGIA

Tá passando todo dia

Por grande dificuldade.



Fim – 1ª ed.1991 - 2ª ed. 1993 - 3ª ed. 1997

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