Autor: Gerardo Carvalho Frota (Pardal)
Meu caro leitor amigo
Eu agora vou falar
Duma triste realidade
Que está a me preocupar
Pois em nome do “progresso”
Que na verdade é um regresso
Tão botando é pra matar.
Não sei se vai concordar
O colega ao me ler
Mas é mesmo um tanto triste
Quando a gente chegar a ver
A fumaça se alastrando
E o veneno se espalhando
Fazendo o povo morrer...
Antes mesmo de nascer
Morre um montão de crianças
Em Cubatão por exemplo
Poucas são as esperanças
De se ter vida melhor
Sem que aconteça o pior
Continuando as matanças!
Tudo isso são ganâncias
Dos que pensam ser os donos
Para ganharem dinheiro
Deixam o povo em abandonos
Enquanto há cancerosos
Estão aí os poderosos
Bem sentados nos seus tronos.
Enquanto matam novilhas
Outros nem comem feijão
E isto não acontece
Apenas em Cubatão.
Também em outros lugares
Vive gente aos milhares
Nesta triste escravidão...
Não vêem que há tanto chão
Neste imenso território
Eu não sei para que serve
Tanto estudo e palavrório.
Acho que querem fazer
Pra todo mundo sofrer
Deste mundo um purgatório!
Todo mundo tá sabendo
Que existe poluição
Do lado oposto de fábricas
Mesmo assim há construção
Pois a CAIXA e a COHAB
Disto finge que não sabe
Vende casa pro povão!
Estudam laboratório
E sabem que só faz mal
O povo morar bem perto
De uma área industrial.
Parece ser este o jeito
Que o governo acha perfeito
Pra matar o pessoal...
Nas fábricas perdem o sono
Aquele pai de família
Pra enricar o empresário
Que a vida é maravilha
Parece que tudo indica
Que quanto mais ele enrica
Mais aumenta esta armadilha.
Essa “gente grande” tapa
Ouvidos pra não ouvir
Os apelos deste povo
Que está a se consumir
Quando grita por ar puro
Do jeito que está tá duro
Não dá mais pra resistir...
(...)
Precisamos sem demora
Resolver a situação
Deste povo tão sofrido
Que a começar do pulmão
Está aos poucos morrendo
E há tempo que vem querendo
Para a vida proteção.
O problemas principal
São os males que tão causando
À nossa Mãe Natureza
Que aos poucos vai se acabando
Se você quer saber mais
Tá no rádio e nos jornais
Veja a imprensa falando.
Além de a gente sofrer
A mai triste conseqüência
Da grande poluição
Que é forte não há quem vença.
Na terra em cima no ar
E até no fundo do mar
Se vê tudo o que é doença.
Isto é violação
Do direito de viver
Pois o pouco que se exige
É não se ter que morrer
Tuberculoso ou drogado
Neste mundo condenado
Sem poder sobreviver...
Há movimentos tentando
Por viverem tal tristeza
Percorrer todo o país
Fazendo justa defesa:
Lamentam e denunciam
Os fatos que propiciam
A MORTE DA NATUREZA!
De que adianta apontar
Como sendo responsável
Esta ou aquela Indústria
Quando o que é mais provável
É que o Sistema Político
Tornando o quadro mais crítico
Faz o combate inviável.
E ainda o desmatamento
Que se vê a toda hora
Da Amazônia à Mata Atlântica
A cada dia piora.
E assim o Meio Ambiente
Vai morrendo e lentamente
Nossa vida vai embora.
Por que que não se dispensa
Mais cuidado com a floresta?
Acabam toda a Amazônia
Essa “gente” desonesta
Um recurso natural
De valor internacional
Que a força bruta molesta.
Veja como não presta
As multinacionais
Que visando só lucro
E a tecnologia capaz
De acabar com a nossa mata
Levando a riqueza nata
Que nos serve até demais.
(...)
A mata é fundamental
Pra purificar o ar
Cada árvore que cai
Só vai mesmo é piorar
O nosso clima inclisive
Cada dia que se vive
Tende mais a esquentar.
Não dá mais pra aguentar
A coisa já tá demais
No Pará e Mato Grosso
Cada dia se afeta mais
Das matas quatro por cento
Num vasto desmatamento
Destruíram em Goiás.
Também em Minas Gerais
Tem ritmo acelerado
O desmatamento ali
Passou até do esperado.
Foi feito um levantamento
Só se salva dez por cento
Da área total do Estado.
O lucro desenfreado
Acaba a nossa riqueza
Sem contar os prejuízos
Que sofre a Mãe Natureza.
E a vida assim se acabando
Sobre a terra vai ficando
Uma cena de tristeza...
E pra acabar com a beleza
Inventam outras ciladas:
Incêndios que acontecem
Provocados por queimadas
Em que partes da floresta
Viram cinzas nada presta
Todas são danificadas.
Mil e oitocentos quilômetros
Reduzidos a trezentos
É lá no Espírito Santo
Com os tais desmatamentos.
Já tá virando deserto
E a natureza por certo
Deu lugar a apartamentos.
Ninguém vê o atrevimento
Desse homem do dinheiro
Que toma conta de tudo
Que parece um carniceiro.
Isto é desde que levaram
E pela força tomaram
O Pau-Brasil derradeiro...
Tiram da fauna a beleza
E a flora não escapa
Acho que vai ser preciso
Fazer-se um novo mapa
Do nosso imenso Brasil
Que até o ano dois mil
O F.M.I. vem e rapa...
A superação da crise
Requer do homem mudanças
Fundamental de atitudes
Pra não haver mais matanças.
Só assim a Natureza
Recobra a sua beleza
E renova as esperanças...
Este meu trabalho teve
Por real finalidade
Fazer uma breve análise
Desta dura realidade
Na qual a ECOLOGIA
Tá passando todo dia
Por grande dificuldade.
Fim – 1ª ed.1991 - 2ª ed. 1993 - 3ª ed. 1997
Parabéns!
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