A MORTE DA PENA DE MORTE
AUTOR: Gerardo Carvalho Frota (Pardal)
Meu caro leitor amigo
Agora pense comigo
Sobre o que eu vou falar
De um projeto extravagante
Que não pode ir adiante
Porque não vamos deixar.
É um tal de Deputado
Que pensa ser do agrado
De nosso povo sofrido
Projeta a Pena de Morte
Pra resolver a má sorte
Deste Brasil tão querido.
O Deputado aproveita
Pensando que assim se ajeita
A violência na verdade.
Em países que se aplica
Pena de Morte se indica
Alta criminalidade.
Em vez que preocupados
No Congresso uns Deputados
Em acabar com o sofrimento
De grande parte do povo
Querem introduzir de novo
Uma lei sem fundamento.
A tendência do Congresso
Revela grande progresso
Pois setenta e três por cento
Está contra o tal projeto
Do senhor Amaral Neto
Porque não tem fundamento.
A morte está aí na rua
Porque sempre continua
A omissão da autoridade
Que este povo tem eleito
Pra acabar pouco tem feito
Com a criminalidade.
Não é a Pena de Morte
Que vai melhorar a sorte
Das vítimas da violência.
Educação moradia
E trabalho todo dia
Precisamos com urgência.
Não há civilização
Se brutal é a punição
Como a tal Pena de Morte
Que não traz felicidade
Nem a criminalidade
Vai diminuir seu porte.
É importante perguntar
Se o Estado pode tirar
O direito que o homem tem
De um dia mudar de vida
Deixar de ser homicida
Para ser gente de bem...
Se se busca u’a sociedade
Sem a criminalidade
Como se pode propor
O uso do mesmo crime
Pensando que ele redime
As causas deste terror?
Toda a criminalidade
Em nossa Sociedade
Tem aqui o seu motivo:
É a falta de educação
De trabalho terra e pão
Pro homem se manter vivo.
Para encobrir os motivos
Certos Deputados “vivos”
Querem enganar o povão
Propondo a Pena de Morte
Uma lei sem ter suporte
Pra denegrir a Nação.
Neste país o problema
É por causa do Sistema
De punição que é atrasado.
Trancam todos em prisão
Quando temos tanto chão
Pra que seja trabalhado!
Se existisse condição
De saúde e educação
Com certeza havia pouco
Assaltante, estuprador
Assassino e arrombador
Neste Brasil de sufoco.
Os pobres desamparados
É que serão condenados
Por esta lei tão cruel.
Duvido que os poderosos
Com seus crimes horrorosos
Cheguem à porta do quartel.
Por um erro que se deu
O próprio Cristo morreu
Pela tal Pena de Morte.
Eis aí o grande perigo
De se propor tal castigo
Ao inocente sem sorte.
Um erro judicial
No caso será fatal
Pois a pena não tem volta.
Eis aí mais u’a razão
Pra não ter aprovação
Mais uma lei que revolta.
Coitado do Deputado
Redondamente enganado
Pensando que nossa Igreja
Nem é contra ou a favor
Ao intento destruidor
Que há muito tempo deseja.
Vou provar ao Deputado
Que a Igreja é contra o atentado
À vida que ele sustenta.
Pois a Igreja na verdade
Ver que toda a humanidade
Da culpa não está isenta...
Nossa Igreja está presente
Não pode ser indiferente
Em questões assim vitais.
Pela vida é a opção
De todo o povo cristão
Pra neste mundo haver paz!
Ela sempre faz questão
De mostrar para o cristão
Que a consciência cristã
Sempre deve rejeitar
A intenção de se adotar
No País u’a lei pagã...
É preciso que o cristão
Saiba dizer o seu NÃO
Se houver um PLEBISCITO.
Pois a sua consciência
Não rima com violência
Neste mundo tão aflito...
(.....)
Através da Boa Nova
Vemos Cristo que reprova
A morte em todo sentido.
“A Lei não veio acabar
E sim aperfeiçoar”
Pra que o amor seja vivido.
Cristo nos tem ensinado
Todo o homem é renovado
Pela dinâmica do amor.
Quando aprendermos a amar
Na certa vai acabar
No País o transgressor.
“Não matar” é o mandamento
Que encontra seu fundamento
Na Palavra do Senhor.
Tirar a vida de alguém
Tal direito só Deus tem
Pois dela é seu criador.
Pra Deus o Senhor da vida
A morte não é querida
Nunca foi da sua vontade
Que a morte seja Legal
Para combater o mal
Em nossa sociedade.
Deus quer a felicidade
Para toda a humanidade
Como pode concordar
Com a morte como troféu
Que tira a chance do réu
Pode um dia se salvar?
Pra terminar meu escrito
Se houver um PLEBISCITO
Escreva bem firme e forte:
O Brasil vai optar
Pela vida e decretar
MORTE DA PENA DE MORTE
Fim
Fortaleza (CE) - nov/2001 (3a ed.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário